Achei
esse texto, escrito depois de uma briga com um ex-namorado. A confusão começou
pois reclamei do meu peso extra... Ao invés de ficar quieto, ele insistiu em
fazer uma comparação “sacana e cruel” de minhas atuais formas roliças, por
causa da medicação usada para amenizar os sintomas da depressão, com a longilínea
Sarah Jessica Parker... Odioso..
Certo
dia, numa madrugada de inverno, ele escolheu um tom de voz sarcástico para me
dizer, aos berros, que “nem de longe eu parecia com uma das quatro amigas do
seriado Sex and The City... Ahhhhh, para que tamanha provocação?
Deu
vontade de esganar, gritar, xingar, bater.. Me fez mal tamanha maldade e, mesmo
assim, depois de esfriar meu sangue pensei nos inúmeros comentários mordazes e
desnecessários...
Eu,
uma libriana confessa, não atuo bem neste papel.. Quero dizer, gritar pra
enfatizar o que me incomoda e irrita.. Sou difícil, meio carne de pescoço..
Adoto a retranca ao menor sinal de aproximação, é meio inerente.. Sei também
que tenho essa neurose de achar que tudo é uma crítica e isso cansa.. Whatever...
Carrie
Bradshaw, é uma das minhas musas inspiradoras.. Respeito absurdo e aquela admiração
por saber que ela é moderna, inteligente, maravilhosa e aprendeu a viver na
selva de uma cidade que nunca dorme... Uma mulher de 35 anos, “novaiorquina” de
carteirinha, que escreve sobre as agruras dos relacionamentos...
É
genial saber que existem mulheres como eu neste mundo tão cinza... Não tem
jeito, é preciso matar um leão por dia..
Sabe
quando alguém te bate com a chamada “luva de pelica” e, em questão de segundos,
faz sua mente analisar e imaginar milhares de coisas, geralmente negativas? Foi
assim que me veio a frase:
“Nem
de longe você é tão maravilhosa como uma das suas musas de Sex and the City....”
E
foi neste exato momento que engolir a seco, respirei fundo e vomitei a ira com
a única intenção de ferir.. Procedimento imbecil... A merda toda é que,
geralmente, só percebo a falha depois de ter feito o “serviço sujo”. Lástima.
Pago caro por isso...Muita arrogância? Foda-se...
Daí
a fagulha se fez chama, cada vez mais intensa, e chegou ao inevitável embate,
coisa de “homem pra homem”.. Odeio calar
a boca por último e disse isso com aquele “olhar de ressaca” de Capitu, a musa
de Machado de Assis. É um olhar que puxa e não deixa ir, forte, enigmático, intenso...
Foi
ali, naquela hora mesmo, com o sangue quente e a emoção visceral, que meu
dragão enfurecido tomou conta e assumiu postura agressiva e aí fudeu...
No
momento? Prefiro pensar que são exatamente nove horas e quarenta e sete minutos
de uma quinta-feira... Sem essa de me pedir para responder ou tomar decisões
com toda essa mistura de sentimentos.. Porque se em certas horas eu sinto
falta, em outras creio ter tomado a melhor decisão.. Época de encarar a vida de
frente by myself.. Quero que ele faça do mesmo...
Um
dos meus poetas favoritos, Oscar Wilde diz que “Há momentos em que temos de
escolher entre levar uma vida completa e íntegra ou suportar a existência
falsa, frívola e degradante que o mundo, em sua hipocrisia, exige.”...
Depois
que a Deusa Freya soprou um vento frio para acalmar a minha fúria, ele
retratou-se..
...”Não
tem jeito”, retruquei.
O
que foi dito fica na alma..
Lição
da história? Muitas coisas.. Preciso repensar e arrumar a casa.. Ta uma bagunça
danada.. Fiz chá de alecrim para salpicar pelas paredes. O sol nasce para
todos...
Love
is a many explendored thing...
Num
subúrbio do Rio....